quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sensação



Por mais que os dedos atrevam-se a tocá-lo... A boca mantém distância
Há resistência... Insegurança.

Por mais que o calor da pele possa provocá-lo, por mais que ele se incendeie
Os corpos já então marcados se negam ironicamente...

A fala é hesitação num compasso desencontrado de mãos
O sussurro vira entonação no momento certo antes do não.
E quando a voz nega e o corpo confirma,
É como quando a mente eleva por dentro da neblina...

E quando um simples ‘Oi’ se torna uma necessidade diária e natural?
Quando uma lembrança passa a ser algo habitual,
Os nervos já estão em festa, mistura de tensão e sedução.
E daí, sem perceber, o corpo e a fala entram em contradição.